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Ao vento...

Como um pássaro que entende

que permanecer pode ser ainda mais perigoso

Abro o peito contra o vento

e deixo que as palavras ganhem alento. Já não as tenho. Me despeço enquanto escrevo.

Que elas cheguem a lugares inusitados e distantes

e que sejam leves, ainda que pulsantes

que ecoem por tempos e tempos

que sejam doce nos lábios dos amantes

que sejam lágrimas nos olhos dos que perdem.




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