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Enquanto as cores não chegam

Havendo tanto, como escrevo? De onde parte o poeta? Será o fim o começo?

 

O olhar atento, a respiração entrecortada

cantando para calentar o peito

dançando como quem engana o medo

das flores prometidas

vimos apenas os vasos

as poucas secas, nos deixavam a pensar no tempo

na falta que elas fazem

enquanto as cores não chegam,

e nos permitimos a pausa

o passo e o antepasso

o suave desvendar da calma


E, sim, agora entendo

que não há canção que não permeie

a alma do que busca a sua falta

nem há poema que não alcance

o que repousa no mais profundo da alma



Foto e Poesia: Ligia Contreras
detalhes

Como um pintor que se atenta aos pequenos detalhes

enquanto as cores aguardava

na ausência do que seria

em reverência ao imaculado branco

se debruçava onde então repousaria

sentimentos santos

e derramaria sobre esse manto

cores que escondia em seu âmago.

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