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Notas para o livro

tem um poema aqui dentro que desperta o suspiro, algo que rima e que dança, algo que me chama. Um convite talvez escondido…



a foto mostra um livro com a página sendo virada pela força do vento, diante do mar com pássaros voando sobre o mar e a areia


“Yo no sé de pájaros,


no conozco la historia del fuego.


Pero creo que mi soledad debería tener alas.”




Desde que lancei o meu primeiro livro numa co-autoria com a Beatriz El-Bainy, passei a me dedicar ainda mais a escrever. Surgiu como uma avalanche de sentimentos e muitas dores escondidas que brotaram apenas por ter permitido nascer esse sonho.


Por um lado experimentava a felicidade de ver ELA LEVOU MEUS VERSOS pousando em muitos lugares e cada vez mais distante. Mas por outro lado, me invadia uma sensação de impotência, de perda de controle e um certo vazio ao experenciar o silêncio.


Escrever é muito solitário. Exaustivo. Soltas as palavras e permaneces.


Elas não são mais tuas. Elas não mais te cercam.

E foi assim que um dia depois comecei a tomar notas, como se ainda pudesse editar o livro, expandi-lo. Como aquelas mentiras furtivas que te permitem escapar do presente e viver por um instante uma ilusão que consola, ao mesmo tempo que entristece.


Notas para o livro se tornou meu novo lugar secreto. Deixei as narrativas mais intensas, chorei com saudades dos meus enredos. Perdi o medo. Voltei a escrever sobre o papel, como que buscando visitar aquela criança que um dia eu fui, que sonhava em ser poeta, deixando pelo mundo um legado sensível e único.


Por isso vais me encontrar por aí, inventando personagens, olhando a cidade e resgatando memórias.



"A quem me pergunta


por onde ando a me inspirar,


eu respondo com a voz bem rouca


e em tom de segredo: olho pra dentro."


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