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Sobre perder-se




Aprendi nessa estrada

a pisar descalça

A rir bem alto

E a despedir-me com calma

Deixei pra trás

suas cobranças

minhas lembranças

os nomes de quem me feriu

Entre as folhas,

achei uma casa

nas nuvens, vi lágrimas

Fui me perdendo

achando graça

Desistindo das pegadas

abraçando a quem me sorriu

Do vento, veio a voz

Das águas, a incerteza

E hoje só inspiro a felicidade

que cabe em mim

Cada encontro

é também o abandono

do instante e da beleza

que lhe brindei e depois perdi

Entre espinhos

não me arranho

Sou flor de outono

Sou traços de um plano

que não tracei.

E sigo inteira

das muitas metades

que encontrei

Desaprendi as boas maneiras

para aprender a verdade

que não sei onde escrevi

E sem tempos ou planos

Me detenho a contemplar alguns sonhos

Que me enxergam em seus devaneios

Os acalanto, os encanto

E lhes deixo

no mesmo canto

onde deixei de existir.

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